sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

As pontes do Porto


Sou lisboeta. Melhor, sou arrabaldino, mas convictamente lisboeta! Aqui vivo, aqui fiz grande parte dos estudos, aqui nasceram meus filhos e minha mulher, aqui conheço e sinto cada pedaço de rua, cada edifício que me encanta, aqui saboreio cada momento que me atrai nesta cidade tantas vezes maltratada, mas com um coração maior que o mundo, com uma história ímpar e com aquela luz que habita em cada um de nós, que dela tanto gostamos!
Apesar de sentir Lisboa como nenhum outro sitio, gosto de viajar e conhecer outras cidades, cá dentro e lá fora. Normalmente dou por mim a gostar mais de Lisboa cada vez que me descubro noutros locais. Porque não consigo evitar a comparação. De qualquer forma há vários outro lugares que me foram conquistando, o Porto por exemplo. Não alinho em guerrilhas parolas do tipo Lisboa vs. Porto. Antes pelo contrário, sou por um Porto igual a si próprio, por um Porto que sabe viver na sua grandiosidade e na sua pequenez, nas suas avenidas, nas suas ruelas, nas suas histórias e também no seu provincianismo. Num Porto que se chega ao seu rio, tal como se abre perante o mar que lhe bate as costas.
O Porto não é contra Lisboa, tal como o Lisboa se deve orgulhar de ser irmã do Porto. É por isso que me sinto na obrigação de expressar um desejo muito sincero, usando as palavras de um tripeiro muito badalado:

«Que nunca caiam as pontes entre nós!»

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