sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A crise dos casamentos


Afinal parece que o problema maior não é a crise financeira, não são as falências sucessivas, não é o desemprego! Afinal o Sr. Presidente explicou tudo! O surgimento de novos pobres deve-se, sobretudo, à permissividade que a lei do divórcio veio proporcionar ! Afinal parece que a solução até é simples! Acabam-se os divórcios e diz-se adeus à crise!!! Senhores legisladores, porque esperam?

As pontes do Porto


Sou lisboeta. Melhor, sou arrabaldino, mas convictamente lisboeta! Aqui vivo, aqui fiz grande parte dos estudos, aqui nasceram meus filhos e minha mulher, aqui conheço e sinto cada pedaço de rua, cada edifício que me encanta, aqui saboreio cada momento que me atrai nesta cidade tantas vezes maltratada, mas com um coração maior que o mundo, com uma história ímpar e com aquela luz que habita em cada um de nós, que dela tanto gostamos!
Apesar de sentir Lisboa como nenhum outro sitio, gosto de viajar e conhecer outras cidades, cá dentro e lá fora. Normalmente dou por mim a gostar mais de Lisboa cada vez que me descubro noutros locais. Porque não consigo evitar a comparação. De qualquer forma há vários outro lugares que me foram conquistando, o Porto por exemplo. Não alinho em guerrilhas parolas do tipo Lisboa vs. Porto. Antes pelo contrário, sou por um Porto igual a si próprio, por um Porto que sabe viver na sua grandiosidade e na sua pequenez, nas suas avenidas, nas suas ruelas, nas suas histórias e também no seu provincianismo. Num Porto que se chega ao seu rio, tal como se abre perante o mar que lhe bate as costas.
O Porto não é contra Lisboa, tal como o Lisboa se deve orgulhar de ser irmã do Porto. É por isso que me sinto na obrigação de expressar um desejo muito sincero, usando as palavras de um tripeiro muito badalado:

«Que nunca caiam as pontes entre nós!»

Um mundo desaparecido


Este era discreto, passava quase despercebido. Ficava ali muito quietinho, entalado entre dois prédios que mal o deixavam respirar. A sua cave albergava uma discoteca que, possivelmente, lhe tirava a hipótese de algum protagonismo, embora não me pareça que procurasse isso. Também foi uma sala única, com tamanho suficiente para competir com algumas outras salas que por aqui existiam. Depois, cortaram-no, dividiram-no em três, como aconteceu noutros lados.
Vi lá alguns dos melhores filmes da minha vida, Ran do Kurosawa, Room With a Viem de Ivory, Full Metal Jacket de Kubrick, por exemplo. Também por lá passaram actores ao vivo, teatro a sério. Hoje já fechou, como tantos outros de que gostávamos, nesta Lisboa que os parece querer esquecer.
Bom fim de semana!

Cartaz Tintin

A estreia está prevista para daqui a dois anos.
As filmagens devem iniciar-se no próximo mês.
O primeiro cartaz já está cá fora:

O reflexo do melhor do mundo!


No DN de hoje:

«Mau feitio de Cristiano Ronaldo volta a traí-lo perante os adeptos
(…)
vê-se o português a festejar com alguma raiva e, de seguida, virado para os adeptos por trás da baliza, a gritar: "Filhos da p...".
(…)
Este episódio recupera um outro de 2005, no Estádio da Luz, (…). Na altura, irritado, o português mostrou o dedo médio aos espectadores nas bancadas.(…) Mais recentemente, em Outubro de 2008, outro gesto do jogador causou polémica: gestualmente, pediu aos adeptos, no Estádio Municipal de Braga, que se calassem (…)»


O melhor do mundo, continua a não se saber comportar!
Se, como dizem os seus acérrimos defensores, ele não precisa de saber falar, não precisar de saber escrever, não precisa de saber comer, etc. etc., porque é, simplesmente, o melhor naquilo que faz, jogar futebol, talvez devessem avisá-lo que respeitar quem vai assistir aos seus jogos, quem, directa ou indirectamente, lhe proporciona o insultuoso vencimento de que usufrui, também faz parte do jogo de futebol!
Se bem que quem só se preocupa com a sua fútil imagem, quem só tem olhos para si próprio, nunca saberá que as outras pessoas, mesmo que não sejam as melhores do mundo, são sempre mais importantes que uma imagem devolvida por um espelho, que não passa dum mero reflexo!

Bloody Sunday


Há 37 anos em Derry City (ou Londonderry), paraquedistas ingleses transformaram uma manifestação pelos direitos civis, num dos episódios mais macabros e indesculpáveis de toda a longa luta entre republicanos e lealistas, entre católicos e protestantes, entre o bom senso e a estupidez, entre a vida e a morte!

«(...) How long, how long must we sing this song? (...)» (U2, Sunday Bloody Sunday)

A Sort of Homecoming


Os U2 são, talvez, o último super-grupo ainda em actividade. Se bem que, na minha simples opinião, essa actividade não traga nada de novo. Dito assim até parece que não gosto desta banda. Não é verdade! Gosto! Comedidamente, mas gosto. Têm músicas simpáticas, muito audíveis, trauteáveis e, algumas delas, até acrescentam alguma coisa a uma hipotética história (relevante) da música popular. Mas, creio, desde meados da década de 80 que não trazem relevância assinalável. Aliás, atrevo-me a afirmar que foi quando a sua fama se alargou, de forma evidente, ao lado de lá do Atlântico, que os U2, realmente, se perderam! Tenho para mim que Boy, October, War e sobretudo The Unforgettable Fire, contêm tudo o que vale a pena ouvir!
A confirmar esta minha convicção vejo hoje titulado no DN:

«U2 sem grandes surpresas num álbum introspectivo»

O que reforça, de algum modo, aquilo que venho pensando. Quando engordamos e nos sentamos à sombra da bananeira, podemos continuar a facturar e a ter milhões de aficionados, mas acabou-se a inovação, a renovação, o golpe de asa!
E se Bono e seus comparsas têm feito imenso na tentativa de resolução, ou de chamada de atenção para alguns dos mais graves, e aparentemente irresolúveis, problemas que atravessam o nosso planeta, a sua música nunca mais conseguiu voltar a patentear o antigo orgulho! Talvez esteja na altura de assumirem A Sort of Homecoming!

Marcas na História (45)


30 de Janeiro de 1969 - Concerto dos Beatles no telhado da Apple!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Touradas em Alcochete (II)


Afinal, desta vez, o toureiro até fez uma boa faena!

Touradas em Alcochete


Alcochete tem andando nas bocas do mundo por estes dias! Até os ingleses querem perceber melhor o que se passa naquela vila ribeirinha, com tantas tradições taurinas!
A propósito de touros, parece-me que há alguém, conhecido de todos nós, que se deve sentir quase como um toureiro antes de entrar na arena.
Um pouco como David Sylvian descreveu numa das suas mais bonitas canções e que se chama, exactamente, Before the Bullfight:
«(...)
When all's forgiven
Still every fault's my own
I will take my turn
To fight the bullfight
Say a prayer for my release
When every hope in the world is asleep
And my strength will return
To fight the bullfight»

Tintin no cinema

Segundo as últimas noticias,

Este:

Será este:


Este:

Será este:


Estes:

Serão estes:


Agora, tenho cá para mim, que a magia natural das Aventuras de Tintin dificilmente se repetirá, simplesmente porque,
Este:

Não é este:

Marcas na História (44)


24 de Novembro de 1859 - A Origem das Espécies (On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), Charles Darwin

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Pollock

E do caos virá a harmonia...


Jackson Pollock nasceu há 97 anos

Estrada Fora


Depois de nos apercebermos que a morte nos virá visitar, durante quanto mais tempo é possível segurar a vida?
Se a conseguirmos ver, em toda a sua dimensão, será que conseguimos recuar?
Ou será a vida mais forte?
A verdade é que a vida é só esta corrida, esta corrida ora lenta, ora sôfrega, que nos leva para os braços eternos da senhora de negro.
A verdade é que não estamos aptos a parar a corrida, a trocar de caminho, a iludir a estrada.
A verdade é que o sentido é único. Sem recuos, sem sobressaltos, sem desvios.
Resta, por isso, ir florindo as bermas desta estrada, poder olhar-nos e aos outros, estender as mãos, colher um sorriso, pegar numa mão, piscar os olhos confundidos pela luz do Sol.
Aproveitar o dia, roubar um beijo, erguer as mãos e receber a água que desce dos céus.
E perceber que a vida cresce em vez de se dissipar em fumo. Saber que, afinal, a estrada pode ter muitos atalhos e que, mesmo não iludindo o fim, o podemos colorir se, no seu percurso, soubermos que a felicidade, mais que uma conquista impossível, é apenas um estado de alma ao alcance de um simples bom dia sincero!

No Ar (30)


A Antena 1 é, por estes dias, a estação de rádio que ouço com maior frequência.
Herdeira da Emissora Nacional, a Antena 1 soube adaptar-se aos novos tempos mantendo, no entanto, um certo sabor tradicional português, aliado a um saber fazer que os seus profissionais conseguem transmitir de forma eficaz.
É uma estação onde ainda existem programas de autor, que tem um leque variado e bastante válido de comentadores de todas as tendências, dedica um espaço bastante razoável às questões culturais e não descura a música, portuguesa incluída.
Os seus locutores de continuidade são competentes e alguns deles, destaco António Macedo, fazem-nos sentir bem a ouvir rádio.
Por isso tudo e porque a rádio deve ser informativa, mas também lúdica e bem disposta, sem exagerar na gritaria jovem e no popularucho inconsequente, a Antena 1 é, por estes dias, a minha estação de frequência!

Marcas na História (43)


Journal Tintin Nº1 - 26 de Setembrode 1946

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Pescarias em familia

Ainda há pouco falava da família e veio-me à memória, não uma frase batida, mas um texto de Mário Henrique-Leira dedicado às famílias que facilmente embarcam em altas pescarias e em cozinhados, no mínimo, duvidosos, embora muito apetitosos!!!

Tios


Este é um tio que, certamente, todos nós conhecemos!
Ele, tal como outros tios que por estes dias têm sido muito badalados, parece ter apenas uma preocupação central na sua vida!
Ele, tal como outros tios que ultimamente têm surgido muito, não se preocupa muito em fazer o que quer que seja para alcançar os seus objectivos!
Ele, tal como alguns tios de que temos ouvido falar, não conhece a palavra escrúpulos!
Agora ele, ao contrário do que parece acontecer com outros tios, acaba sempre por salvaguardar a sua família!

A Afirmação de Pereira!


Portugal, no final dos anos 30, seria um país cinzento, com poucos raios de sol que conseguissem iluminar e aquecer aqueles que procuravam viver e vencer as contrariedades que, constantemente, se lhes apresentavam.
Lisboa, apesar de alguma vivacidade, própria de uma cidade que nunca se deixa abater, mesmo quando tantos o tentam, seria uma cidade amordaçada, retraída, entre os muros, cada vez maiores, de uma repressão cega que conseguia tornar escura a cidade branca das mil cores. Mesmo aqueles que sabiam mais alguma coisa para além das trivialidades, se sentiam amarrados a dúvidas, a medos, açaimados perante a estupidificante coibição que lhes era imposta pelos esbirros que, na altura, iam aprendendo e praticando as maneiras de desprezar a vida humana e a capacidade de pensar, de ser pessoa!
Nessa cidade branca das mil cores que, a todo o custo, os poderosos queriam tornar cinzenta, surgiu Pereira, discreto jornalista que se foi apercebendo que a sua vida poderia fazer a diferença, poderia tornar-se pessoa, libertar-se dos grilhões que, lenta e eficazmente, lhe iam impondo, que o iam matando sem quase se aperceber e num rasgo individualista, mas simbólico, Pereira tirou o casaco, alargou o nó da gravata, pegou na mala e abriu as portas ao mundo! Libertando-se, libertou um pouco de todos aqueles que se mantinham presos à escuridão.
Tabucchi o criou, Faenza o mostrou, Mastroianni lhe deu alma! Três italianos, filhos de um fascismo cruel, mostraram-nos, aos enteados portugueses, que é na firmeza e no ideal de cada um de nós que pode residir a esperança!

No Ar (29)


Há pessoas que sabem falar! Melhor, que sabem juntar as palavras com sentido, que nos fazem parar para as ouvir, que nos deliciam com a sua fluidez, com a sua pontaria, com a beleza do que dizem! Há vozes que se adequam, certeiramente, a essas palavras, que lhes dão consistência, verdade, vida!
Há palavras que são verdadeiros Sinais, que funcionam como motores, ou como vestígios, como indícios daquilo que, realmente, importa.
Fernando Alves mostra-nos aqueles sinais de que todos, de uma ou outra forma, precisamos. Na TSF todas a s manhãs.

Marcas na História (42)


Paris - Maio de 1968

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Till the cows come home!


Praça de Espanha, Lisboa - Janeiro de 2009

«(...)
Things are better now - Things are better now
We've education
I doff my cap to a life that lets you
Dream a poor man's dream
But he can't have his coffee with cream
Till the cows come home»

(Prefab Sprout)

London, London


«(…)
I am lonely in London without fear
I'm wandering round and round, nowhere to go
While my eyes go looking for flying saucers in the sky
(…)
I choose no face to look at, choose no way
I just happen to be here, and it's ok
(…)
God bless silent pain and happiness
I came around to say yes, and I say
While my eyes go looking for flying saucers in the sky»


Caetano Veloso

No Ar (28)


Nos anos 80 aos sábados, na Rádio Comercial, as Pousadas de Portugal ofereciam-nos duas horas de uma música calma e relaxante, apresentadas por uma das melhores vozes da rádio de então. José Ramos encontrava-se connosco entre as 13h e as 15h para um reconfortante Tempo de Fuga!

Marcas na História (41)


7 de Março de 1957 - Inicio das emissões regulares de televisão em Portugal

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vamos ao nimas


Nesta ronda cinéfila por uma Lisboa já quase esquecida, parei hoje aqui, num lugar que ainda existe. Num Nimas que, apesar de todos os ventos e marés, ainda se mantém fiel a um cinema diferente, pelo menos diferente daquilo que nestes dias se pode ver na grande maioria dos sítios onde podemos ver cinema.
O Nimas terá muitas histórias para contar, muitos dias a ver filmes, muitas horas em que uma febre por lá passou também, aos sábados de manhã. São restos de tempos, despojos talvez, de um tempo que nos ficou na memória, de um tempo que, ainda, é possível revisitar, sem mágoas, mas com uma nostalgia melancólica, que, de qualquer forma, nos vais permitindo manter vivos alguns dos desejos passados.
Bom fim de semana!

Surrealizar por aí...


Há 20 anos que Salvador Dali desapareceu do nosso mundo...
provavelmente continua a surrealizar por aí, em algum lugar onde a sua genial loucura se vai (des)materializando... no interior de algum sonho... do outro lado da vida!

No Ar (27)


A sua criação transformou a face da rádio em Portugal. Mudou a maneira de conseguir e transmitir noticias, como que reinventou o jornalismo na sua globalidade e não apenas o radiofónico.
Nomes bem conhecidos e de referência estiveram na sua génese. Adelino Gomes, Emídio Rangel, David Borges, Fernando Alves e Joaquim Furtado foram alguns deles.
Ao longo dos tempos muitos saíram, muitos outros entraram. Novos e seguros valores surgiram, como Carlos Vaz Marques por exemplo.
A 29 de Fevereiro de 1988, ainda com o estatuto de pirata, faz a primeira emissão e a 20 de Março de 1989 passa a emitir em 89.5 (Lisboa), a frequência actual.
Se bem que hoje a sua aura esteja um pouco menos brilhante, a TSF continua a ser uma rádio de referência, uma rádio que continua a ir ao fim do mundo, ou ao fim da rua, se tal se justificar.
Para além de que tudo o que se passa, passa na TSF!

Marcas na História (40)


5 de Outubro de 1143 - Tratado de Zamora

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

AH!...


É nosso o direito à interrogação.
É nosso o direito à confirmação.
É nosso o direito de abrir e fechar os olhos consoante a nossa vontade.
É nosso o direito de hastear bandeiras, de persegui-las e mantê-las.
Tal como também é o de recolher, abandonar, perder!
É nosso o direito à indignação.
É nosso o direito à revolta.
É nosso o direito à quietude.
Tal como é o de calar e falar, o de rir e de chorar!
É nosso o direito a marchar.
É nosso o direito a gritar.
É nosso o direito a fazer.
Tal como é o de parar, o de olhar e sonhar!
É nosso o direito a pedir.
É nosso o direito a negar.
É nosso o direito a fugir.
Tal como é o de chegar, ver e ficar!
É nosso o direito a ser…
Azul, verde ou vermelho…
Mulher…homem!
AH!... e pessoa!

O poeta lusitano


Os portugueses têm uma tipologia concreta, explícita e evidente!
São baixinhos, usam bigodes farfalhudos, um ar pacato, tristemente sorridentes, simpáticos e feios!
Os portugueses não sabem cantar!
Ma são poetas!!!
E um poeta consegue transformar tudo o que atrás foi dito em algo belo, porque para os poetas o mais importante é a alma e o belo reside na forma da palavra, que dará conteúdo àquilo que, não se vendo efectivamente, se pode depreender pela vivacidade da letra.
Esta é uma leitura que se pode fazer a partir da visualização destes quadradinhos do Domínio dos Deuses. Mas também é possível ter outra, aquela que os portugueses deixaram em França durante os anos 60 e 70, os anos da forte emigração.
De qualquer forma, o Lusitano também marcou presença junto dos irredutíveis gauleses e se bem que a sua figura não seja a mais esbelta, considerarem-nos como poetas, sempre nos deixa um conforto maior do que ser apenas reconhecidos, como parece ser o caso actualmente, como a pátria de uns tantos pontapeadores de bolas!

No Ar (26)


No meio radiofónico actual o panorama é, infelizmente, duma vulgaridade atroz. Por muitas estações emissoras que haja, e há, as músicas são sempre as mesmas, as palylists, acéfalas, são sempre iguais, os programas, quando os há, não diferem muito. É claro que ainda temos algumas rádios recomendáveis. Na minha opinião a Antena 1 cumpre muito bem a sua função, a TSF, de vez em quando, também, de resto quase não conseguimos descortinar as diferenças. Até que chegamos a 97.8 (Lisboa) e ligamos a RADAR. E aqui vêm-me à memória rádios antigas, daquelas que fizeram escola, daquelas que formaram autores, daquelas que mereciam ser escutadas com atenção. Nem tudo será perfeito, longe disso e ainda bem, mas dá gosto uma rádio assim, uma rádio que se destina, como a extinta XFM, para uma imensa minoria!
A Radar tem tudo o que é necessário para se tornar numa rádio de referência, para já é, pelo menos, a verdadeira e necessária ALTERNATIVA!

Marcas na História (39)


Paris 1906 - Santos Dumont voa no seu aparelho 14-Bis

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

#41 em Lisboa


A qualidade de imagem e do som não são as melhores , mas foi um momento inolvidável! Num concerto maior!
E eu estava lá!

Clique aqui para ver.

Grandezas


Li ontem a entrevista que Isabel da Nóbrega deu à revista Tabu. Li com a atenção devida, com o gosto que, normalmente, ponho na leitura de entrevistas, sobretudo aquelas que envolvem pessoas deste calibre.
Independentemente de tudo o que lá é dito e que, provavelmente, não acrescentou dados novos a quem já conhecia este Senhora, o que superiormente perpassa aqui é a grandeza intelectual da entrevistada, desta e de tantas outras pessoas como ela. Certamente que Isabel da Nóbrega não é conhecida daquela imensa mole humana apelidada de grande público. Não usufrui do carimbo da recente tribo dos famosos que pululam pelas páginas de uma certa imprensa rápida, fácil e sobretudo fugaz. Nem sequer se pode incluir na, quase, demencial quantidade de escritores portugueses que, nos dias que passam, publicam a toda a hora.
Esta senhora é daquelas pessoas que parecem ter vivido num outro tempo, não me refiro concretamente e apenas ao, aparentemente cinzento, século XX português, mas falo dum tempo que só está acessível aqueles que o sabem procurar, porque só existe em locais muito especiais, onde o vulgar não tem lugar.
Passam por ser vidas preenchidas, vidas que deixam marca, vidas que se mereceram e deixam futuros, mesmo junto daqueles que nunca disso se aperceberão.
São estas pessoas, apesar de serem apenas pessoas, que nos conseguem legar o contentamento que nos permite fugir da vulgaridade em que os novos tempos nos parecem querer afundar.
Quando acabei de ler a entrevista senti-me agradecido por esta senhora ainda estar connosco e connosco ainda se permitir falar. Senti-me confortado e conclui que, afinal, foi no meio do cinzentismo salazarento que refulgiram algumas das cores mais cintilantes da cultura portuguesa.

No Ar (25)


Em Órbita foi dos programas mais conseguidos de toda a história da rádio portuguesa. Iniciou a sua transmissão regular no dia 1 de Abril de 1965. Dedicava-se, sobretudo, "à divulgação, à selecção, à explicação e ao enquadramento das formas mais representativas da música popular de expressão inglesa". Foi ali que grande parte das novidades que fizeram a história da música nos anos 60, foram transmitidas.
Estiveram ligados ao programa nomes como Jorge Gil, João Manuel Alexandre, João David Nunes e Cândido Mota, entre outros.
A partir de 1974 passou a transmitir apenas música clássica.

Marcas na História (38)


20 de Janeiro de 2009 - Tomada de posse de Barack Obama, primeiro presidente negro dos E.U.A.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A Graça


É agri-doce. É inebriante. Tolha-nos os sentidos. Leva-nos pela mão calmamente e, de seguida, pára abruptamente, gritando-nos aos ouvidos até se tornar insuportável.
E, de repente, pára de novo. Até recomeçar numa suavidade quase dolorosa.
Há nele algo de etéreo, de um misticismo inocente e límpido, ao mesmo tempo que vemos, pelo canto do olho, um sorriso quase endemoninhado, que desaparece rapidamente quando o olhamos de frente. Trocista, brinca connosco e parece querer levar-nos pelo caminho de Damasco, revelando-nos a luz, oferecendo-nos uma espécie de graça terrena, uma graça regada com um néctar único, num momento de magia maior, quando, finalmente, brindamos com um vinho lilás.
As águas levaram-no cedo demais. Deixou-nos no entanto uma vida eterna, tão real, que nos custa ainda crer que tenha sido esse o último adeus.
E depois, Lilac Wine é, talvez, a mais definitivamente sofrida canção de amor que tive oportunidade de ouvir, definitivamente bela, pelo menos…
(…)
Was hypnotized by a strange delight
Under a lilac tree
I made wine from the lilac tree
Put my heart in its recipe
It makes me see what I want to see
and be what I want to be
(…)
Lilac Wine, I feel unready for my love,
feel unready for my love.

No Ar (24)


Ali pelos inicios dos anos 80, na Rádio Comercial, perto da hora do almoço, o registo musical era de dança. Funk, soul, mas também as novas tendências dançáveis, vogavam ao belo prazer de Adelino Gonçalves, e ao nosso também, numa imensa Discoteca radiofónica.

Marcas na História (37)


Maio de 1967 - Gabriel Garcia Marquez publica Cem Anos de Solidão

Chicago


Hoje Barack Obama toma posse como novo presidente dos E.U.A.
Uma boa forma de assinalar a data será, porventura, ouvir uma das mais bonitas canções que tem por título o nome da sua cidade.


Chicago - Sufjan Stevens