sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A dor


A dor...
Será por ela que vamos? Será por ela que nos motivamos?
Mãe de todas as coragens, provocadora, intensa, sorrindo-nos trocista, mantendo-nos acordados, alerta. Puxando por cada poro, tornando-nos resistentes, duradouros, duros que nem rochas. Por cada nova dor, nova vida, novo dia que amanhece soalheiro...esperando pela dor que virá, serena e certeira, deixando a sua marca leva mas profunda, subreptícia mas duradoura.
A dor pode comandar a vida,tal como o sonho e com ela vamos indo, esperando iludi-la ao virar de cada esquina do percurso, mas deixando sempre o nosso rasto visível, porque não a queremos, verdadeiramente, perder.
Masoquismo pode ser o nosso nome, necessidade deve ser o nosso destino, porque na profundidade da dor poderá estar a verdade. Daquilo que já vivemos e não quisemos perder. Viver sem dor poderá não ser viver, viver sem dor não traz sabor à vida.. Talvez assim seja, talvez não. De tanto juntar as dores já não sabemos; de tanto as mascarar já lhe perdemos o rasto.
Pela dor é que, se calhar, vamos... até que nos deixe... até que se deixe, ela própria perder pelos momentos de cansaço extremo.
E nesse dia, no dia em que a dor se for, onde estaremos?
Mascarados de felicidades insubstituíveis ou simplesmente para lá do tempo?

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